A segurança cardiovascular dos exercícios resistidos é garantida pela adequação do duplo-produto às condições individuais.

A frequência cardíaca (FC) nos exercícios resistidos em geral é menor do que a habitual em exercícios contínuos. Fatores que podem aumentar a FC nos exercícios resistidos são as repetições altas, acima de 10, os intervalos de descanso entre as séries curtas, abaixo de um minuto, e o esforço máximo. Portanto, em treinamento resistido para pessoas debilitadas ou em grupo de risco cardiovascular, manter as repetições na faixa de oito a 12, os intervalos entre séries entre um e dois minutos e o grau de esforço em nível submáximo é uma ótima sugestão.
A pressão arterial tende a subir em todas as formas de exercício físico. Nos exercícios contínuos, a tendência é a elevação da pressão sistólica e queda ou manutenção da diastólica. Nos exercícios resistidos, a pressão sistólica aumenta em picos no começo da contração concêntrica e pode atingir valores perigosos para grupos de risco cardiovascular nas contrações lentas em apneia.
Essa situação caracteriza o esforço máximo em treinamento resistido, que não deve ocorrer em pessoas debilitadas. Por outro lado, durante exercícios resistidos, a pressão arterial diastólica tende a aumentar, sendo um dos fatores que explica a menor incidência de intercorrências arrítmicas e isquêmicas em coronarianos, comparativamente a exercícios aeróbios.
O aumento da pressão arterial diastólica durante os exercícios resistidos garante maior fluxo coronariano. Outro fator explicativo da boa tolerância cardiovascular dos exercícios resistidos com grau de esforço submáximo é a menor frequência cardíaca, que traduz menor trabalho do coração em relação a exercícios aeróbios.
Um ponto de maior segurança, sempre em comparação com exercícios aeróbios, é o menor volume diastólico final dos ventrículos, que determina baixa pressão de parede do miocárdio e consequentemente melhor circulação coronariana. Isso ocorre porque mesmo sem apneia, a expiração controlada nos exercícios resistidos aumenta a pressão intratoráxica, reduzindo o retorno venoso e o volume diastólico final.
Nos exercícios contínuos, nos quais a sobrecarga cardíaca é dita “de volume”, em contraste com a sobrecarga “de pressão” dos exercícios resistidos, o volume diastólico final é elevado, com maior pressão de parede no miocárdio, e a circulação coronariana é dificultada.
A relação Pressão Diastólica / Duplo-Produto tem sido considerada um bom indicativo da relação oferta/demanda de oxigênio para o miocárdio e é francamente favorável aos exercícios resistidos em relação aos exercícios aeróbios. Seu professor e seu médico são as pessoas mais adequadas para otimizar seus resultados. E treinar faz toda a diferença. Abraços e um ótimo mês!

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